A Hidro Sistemas está sempre atenta ao uso eficiente da água e energia. Por isso, estamos sempre buscando novas informações no mercado. Por exemplo, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, lançou em fevereiro deste ano (2015) um hotsite com as principais informações sobre os efeitos da crise hídrica na agricultura brasileira, mostrando como técnicos e produtores rurais poderão fazer uma gestão mais racional da água nas suas propriedades.
“É uma excelente ferramenta, com dados confiáveis e atualizados, que será de grande utilidade, tanto para o produtor se planejar, como para o próprio governo elaborar políticas para o setor”, enfatizou. “O hotsite organizará esses elementos em uma mesma plataforma, facilitando o acesso de todos os interessados e democratizando esse ativo tão importante que é a informação”, afirmou.
A apresentação do portal foi feita pelo presidente Maurício Lopes, que destacou a importância do esforço das diferentes instituições, sob a liderança do Mapa, de reunir em um único ambiente, informações qualificadas sobre água, clima e agricultura, de maneira a “facilitar a vida das pessoas”. Chamou a atenção para o ambiente digital conter, por exemplo, soluções tecnológicas para os agricultores, informações especializadas de diversos tipos para técnicos e gestores públicos e o fato de permitir atualização permanente. As soluções tecnológicas mostram como usar a água de maneira correta na produção vegetal e na criação de animais, desenvolvidas ou adaptadas para vários biomas diferentes. Muitas das tecnologias já estão amplamente sendo adotadas no campo, outras começam a despertar a atenção de produtores rurais.
Maurício Lopes chamou a atenção para o “Observatório da Safra 2014/2015” incluído no hotsite, que traz informações atualizadas, com análise dos impactos atuais e potenciais da crise hídrica sobre a agricultura e o abastecimento de alimentos no Brasil. O observatório contém, por exemplo, boletins agro climatológicos, prognóstico da disponibilidade hídrica e dados para a safra, entre outros temas que ajudarão o agricultor a planejar suas ações. Na apresentação, o Lopes destacou o equívoco que costuma ser atribuída a agricultura, que utilizaria 70% da água, chamando a atenção para o fato de que a maior parte do setor agrícola não consome água, apenas a utiliza, devolvendo-a a natureza.
O hotsite contém publicações, vídeos, links, notícias e informações sobre projetos de pesquisa em andamento que buscam maneiras inovadoras para captar e armazenar água da chuva. São informações públicas geradas pela Ana, pela Conab, pela Embrapa e pelo INMET na forma de publicações, vídeos e notícias.
A ministra Kátia Abreu destacou o sucesso da integração de esforços de técnicos e dirigentes dos diferentes órgãos envolvidos para reunir, com agilidade, em um único ambiente, informações relevantes e atualizadas que ajudem os agricultores a tomar as decisões mais acertadas. Para ela, é fundamental que a sociedade brasileira tenha informações atualizadas e acesso ao conhecimento científico. “Precisamos utilizar a chuva na agricultura com racionalidade para não termos preocupação com a chuva”, explicou.
O item “Perguntas e Respostas” traz informações sobre a técnica de irrigar. Listamos algumas abaixo sobre o que é e qual a importância da irrigação.
Qual a importância da irrigação para a agricultura?
Existem áreas em que a quantidade de chuva não atende a demanda de água de uma cultura agrícola. É o caso de regiões como o Semiárido do Brasil. Já em outras regiões, como o Cerrado, em sua maior parte no Centro-Oeste, e no Sudeste e Sul, temos chuvas em quantidade que podem atender às necessidades de água de uma cultura, mas somente em parte do ano. Se quisermos produzir o ano todo, temos que fazer o uso da irrigação. Mesmo no período chuvoso, a irrigação pode evitar a falta de água, provocada por possíveis estiagens, e assim aumentar a produtividade.
Quais as culturas mais irrigadas?
Segundo o IBGE, cana-de-açúcar, arroz, soja, milho em grão, feijão-comum (Phaseolus Vulgaris), feijão-caupi (Vigna Unguiculata), laranja, café, cebola, melancia, algodão e trigo são as culturas mais irrigadas no Brasil. No caso do feijão (Phaseolus e Vigna), importante produto da alimentação da população brasileira, apenas 2,6% dos estabelecimentos agropecuários que o produzem utiliza irrigação. Em relação ao café e milho verde, apenas 0,85% e 16,0%, respectivamente, utilizam irrigação.
Irrigar é simples?
A prática da irrigação requer o conhecimento de quanto as plantas necessitam de água para usá-la sem desperdício. Para isso, deve-se medir o quanto de água está presente no solo e as condições climáticas do local, que fazem com que a planta consuma mais ou menos água. Ademais, são necessários equipamentos, energia e técnicas adequadas para a correta aplicação de água, para diferentes cultivos.
A água utilizada na irrigação é totalmente consumida pelas plantas?
Não. Parte da água utilizada na irrigação fica na planta, mas grande parte da água volta para a atmosfera (por meio da evaporação da água do solo e da transpiração da planta), escorre para os lagos, reservatórios e rios, ou drena para o lençol freático (água subterrânea).
Todas as plantas necessitam da mesma quantidade de água?
Não. Existem plantas que necessitam de menor e maior quantidade de água, como também existe fase de crescimento de uma planta em que há menor ou maior necessidade de água.
A água utilizada na irrigação poderia ser economizada para uso urbano?
O uso da água com eficiência beneficia o conjunto da sociedade, assim como a economia na irrigação pode beneficiar o uso urbano. Se a água de um grande reservatório é utilizada para geração de energia, irrigação de lavouras e abastecimentos de casas e indústrias, a responsabilidade pelo bom uso é de todos.
Quais os métodos de irrigação mais utilizados?
O método pressurizado tem sido o mais utilizado (35% para sistema convencional, 19% para sistema pivô central e 8% para sistemas localizados), seguido pelo método de superfície (24% para sistema de inundação e 6% para sistema de sulcos). Outros métodos (regas manuais utilizando regadores, mangueiras, baldes, latões) correspondem a apenas 8% da área total irrigada no Brasil.
Como melhorar a gestão do uso da água?
O crescimento das áreas urbanas e industriais influenciou diretamente no aumento da demanda por águas dos mananciais. Outro setor mais demandado com isso é o de energia elétrica, que passou a exigir um maior parque gerador de energia, que por sua vez, trouxe a necessidade de aproveitamentos hidrelétricos. Numa ação em cadeia, surgiu a demanda por crescimento na produção de alimentos, que encontrou na agricultura irrigada o canal apropriado para satisfazer a essa demanda. A gestão eficiente dos recursos hídricos passa pelos vários usos como abastecimento das cidades, produção de energia, lazer, produção de alimentos, indústrias etc., exigindo atenção na busca de soluções para se garantir suficiência do recurso. Por isso, a importância da gestão da demanda (racionalização do uso), na gestão da oferta (“produção de água”) e na gestão da qualidade do recurso para seus diversos usos.
Acesse o hotsite em www.embrapa.br/agua-na-agricultura